02 abril 2011

Estudo de caso _ Equilíbrio acidobásico


ESTUDO DE CASO 1

Paciente de sexo feminino, 30 anos, chega ao setor de emergência em estado de coma, apenas respondendo aos estímulos dolorosos. Sua respiração é superficial e com frequência normal. Familiares encontram próximo a ela diversas caixas de tranquilizantes vazias. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 80mmHg; BR= 23mM/L; BE= -1,2. Qual o distúrbio ácido básico apresentado, seus mecanismos e causa mais provável?

DISCUSSÃO: O caso clínico pode ser resolvido simplesmente pela associação entre os valores de pH e PaCO2 (primeiro reduzido e segundo aumentado) da gasometria arterial. Há uma acidose respiratória com hipoventilação causada pelo comprometimento do sistema nervoso devido ao provável uso exacerbado de tranquilizantes.
Os pulmões não estão realizando normalmente as trocas gasosas, ou seja, excreção indireta de H+ presente na corrente sanguínea através da conversão em gases, visto que CO2 deveria estar sendo eliminado em maior quantidade por este mecanismo afim de reduzir valor na gasometria.
A insuficiência respiratória verificada na sintomatologia deve-se em parte ao fato da curva de, na acidose, curva de Hb se desviar para a direita, reduzindo afinidade pelo O2.




ESTUDO DE CASO 2

Paciente jovem, sexo masculino, chega ao Centro Cirúrgico com histórico de traumatismo abdominal há duas horas. No local do acidente foi encontrado lúcido, hipocorado e com sinais de choque hipovolêmico. Recebeu rapidamente solução fisiológica, albumina humana e bicarbonato de sódio. Chegou à emergência estável e equilibrado, o que permitiu avaliação adequada e pronta indicação cirúrgica. Gasometria arterial: pH= 7,55; PaCO2= 35mmHg; BR= 32mM/L; BE= +5,8. Qual o distúrbio acidobásico apresentado?

DISCUSSÃO: Alcalose metabólica pela aplicação de bases. Neste caso, há aumento do valor de pH associado a aumento também de bases (valores da gasometria arterial), o que corresponde a meio sanguíneo menos ácido que o necessário para manter funções vitais na normalidade. A alcalose é metabólica pelo aumento de bases e não alteração de PaCO2. Neste tipo de distúrbio, o componente metabólico da equação de Henderson-Hasselbach encontra-se alterado e, ao contrário do que ocorre com acidose, o organismo não possui mecanismos naturais de defesa contra alcalose, aspecto que implica em maior tempo destinado a reversão de sintomatologia desse distúrbio orgânico. Deve-se ressaltar ainda que, na alcalose, curva de Hb desvia-se para esquerda, o que aumenta afinidade com O2 e não implica necessariamente em desconforto respiratório.

Um comentário:

  1. no primeiro caso quais os outros exames poderiam ser solicitados e o tratamento?

    ResponderExcluir