18 março 2012

Assim é!



E assim seguem médicos e estudantes de medicina, abrindo mão de parte da sua vida em prol de outras, felizes também por isso:

Um médico entrou num hospital apressado, depois de ter sido chamado para uma cirurgia urgente. Ele respondeu à chamada imediatamente, e mal chegou trocou-se e foi direto para o bloco operatório. Pelo caminho encontrou o pai do rapaz que ia ser operado a andar para trás e para a frente à espera do médico. Quando o viu, o pai gritou:

-”Porque demorou este tempo todo a vir? Não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem o mínimo de sentimento e de responsabilidade?”

O médico sorriu e respondeu serenamente:

-”Peço-lhe desculpa, não estava no hospital e vim mal recebi a chamada… Agora, gostaria que você se acalmasse para que eu também possa fazer o meu trabalho.”

-”Acalmar-me?!?! E se o seu filho estivesse dentro do bloco operatório, você também ficaria calmo? E se o seu filho morresse o que faria?”, disse o pai visivelmente agitado.

-”Ficar nesse estado alterado e de nervos não vai ajudar nada, nem a si, nem a mim e muito menos ao seu filho. Prometo-lhe que farei o melhor que sei e consigo dentro das minhas capacidades”, disse o médico

-”Falar assim é fácil, quando não nos diz respeito.”, murmurou o pai entre dentes.

Passadas algumas horas, a cirurgia terminou e o médico saiu sorridente de encontro ao pai.

-”A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho! Se tiver alguma questão pergunte à enfermeira.”

Sem esperar pela resposta, o clínico prosseguiu caminho visivelmente apressado. O pai irritado dirigiu-se à enfermeira e desabafou:

-”O médico é mesmo arrogante… Será que lhe custava muito ficar aqui mais uns minutos para eu lhe questionar em relação ao estado geral do meu filho?”

A enfermeira, um pouco abalada e quase a chorar respondeu-lhe:

-”O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamámos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e o seu filho foi salvo, o doutor voltou para o funeral a correr para prestar a última homenagem ao filho dele.”

18 fevereiro 2012

Um porre arco-ires



Gummy bears e vodka por favor.
Juntos. Misturados... Absorvidos!
E quero muito!
Quero porre e arco-ires,
Cores embriagadas,
Histórias não contadas...
Torpor com vigor, sem dor!
Chocolate com whisky por favor.
Ambos quentes... Efervescentes!
Quero prazer ao embriagar,
Doce sensação de inocente pecado,
Quero amor sensato...
Loucura insana nessa futura saudade profana!
...............................................

Quero estar feliz hoje amanhã e sempre; agradecer ao invés de reclamar; calar sem precisar chorar. Preciso de um fim-de-férias tranquilo, cálido. Desses que acontecem devagar e absorvem o turbilhão de sensações que podem fazer parar e para trás olhar. Vou-me de casa vendo a vida passar pelo vidro; transparência sobre rodas, entre asas... Aperto no peito, angústia afogada nas lágrimas que não podem se deixar escorrer. Sem emoção dessa vez. Apenas um porre pelos dias difíceis vividos durante as férias e em homenagem às boas e vindouras horas. Certeza, tenho apenas sobre esperança. Foco no objetivo e migalhas de pão pelo caminho.

11 fevereiro 2012

Apertando o botão da emoção



Sempre bom deixar a emoção surgir, com toda a força que possui, cheia de motivos, mesmo que os piores ou mais ínfimos ou bobos. Surgindo, ela cria corpo frente à dor que causa e logo abranda para deixar doer em um outro dia apenas. Se presa, enclausurada em um coração oprimido, jamais deixa de acompanhar e cresce desmedidamente. Então, assista quantos filmes precisar se for necessário, aqueles que fazem lágrimas surgirem à força e desmedidas... E chore... Soluce... Faça isso sem sentir-se um ser humano fraco. Ao contrário, somente fortes colocam-se frente-a-frente com aquilo que pode ser desolador e até assustador. Adormeça com esse sentimento molhado para que seja novamente você em um outro amanhecer, em uma nova oportunidade. E mais colorida a cada lição.
Ligando agora o meu filme triste, apertando o botão da emoção...

08 fevereiro 2012

Só eu e um tal submarino amarelo



Nunca fiz balé... Não sou de flores ou corações, sou sim de amores e calores. Sou um "eu" atrevido, só meio vivido e que não se deixa levar, embora carregado de emoções.
Quero da vida o que ela me trouxer, mas exijo que seja inteiro e cheio de verdade. Tenho em troca a paixão por viver aprendendo, por crescer em um minuto ou diminuir ruborizada em segundos.
Ter? Não tenho. Apenas sou, pois o que tenho nem meu é se em breve, um breve distante espero, irei sem levar. Sairei sem volta para algum lugar qualquer para quem sabe um dia retornar...
Viajo não em nuvens, mas nas razões, nos pensamentos, nas decisões e atitudes. Viajo não em balões, mas em um submarino amarelo que atravessa oceanos de saudade e encontros em busca de algo a ser revelado.
Eu sou, quero, faço, tenho, viajo... Simplesmente existo na inexistência já que se considerada a população total, mínimos são os que me conhecem. Mínimos em quantidade, que fique claro, pois sua qualidade é inestimável, tanto em termos de amigos, quanto de amores e família, seres de vida e morte.
Mais que isso faz-se desnecessário. Mais que isso eu não quero, não preciso...
Somente eu e um tal submarino amarelo transcorrendo a vida nesses mares de problemas não solucionados e soluções desenlaçadas que, enfim, compõem meu oceano-chá particular que aos poucos torna-se público... ou não.

01 fevereiro 2012

Eu de mim...



Eu de mim, sou espaço preenchido de querer
Sou enlace desenvolto de você
E até cumprimento descumprido do viver...

Eu de mim, sou pupila desconexa no olhar
Sou vidraça construída num piscar, sem trincar
E até volta solta desenvolta a rolar...

Eu de mim, sou balanço ressentido de sentir
Sou palpite não falado num porvir
E até linguagem solta sempre posta a refletir...

Eu de mim, sou névoa inundada de torpor
Sou inverno posto em chamas e calor
E até sou sangue que percorre com fervor...

Eu de mim, sou eu e tu, sou nós, sou vós...
Mas eles não sou. Eles sim são eu, eu de mim!

(por PAIVA, J.)

30 janeiro 2012

UTI: repensando a vida!



Estive pensando sobre o quanto às vezes a vida bate, afronta e desafia a capacidade de cada um. Chega de mansinho e por um motivo que só ela ou forças externas sabem faz com que nos sintamos fracos e incapazes.
E esse é o momento de reagir, de mostrar que, por mais que ela nos faça passar por dificuldades, seremos dignos da superação, seremos capazes de avançar e pisar sempre um degrau acima.
Falo isso por experiência própria. Não sou tão forte quanto previa nem tão fraca quanto temia. Passei por uma experiência não muito agradável, mas que devia estar escrita no meu livro da vida, pois cedo ou tarde chegou.
Estive durante alguns dias em uma UTI, não como residente, interna, simples estagiária, ou mesmo acompanhante. Fui paciente após uma crise grave de asma que desencadeou parada cardiorrespiratória e algumas complicações um pouco sérias q que aos poucos estão se resolvendo.
Estive do outro lado e hoje agradeço ainda mais por pessoas como eu optarem pela Medicina por amor e não somente por status ou aspecto financeiro, já que faz diferença tanto no referente à quantidade de estudos e aprendizado quanto em relação à maneira como o paciente é tratado mesmo em hospital particular que foi o meu caso.
Foram alguns dias literalmente OFF para a vida como ela é, pois estive entubada sob ventilação mecânica e sedada e outros dias ainda ausente devido à necessidade eminente de recuperação.
Foi possível não pensar, pensar e até repensar muitos conceitos, mudar opinião e manter personalidade e atitudes. Foi bom perceber o quanto verdades são deixadas para trás em detrimento do que nos é alheio e encontrar de dentro para fora a real determinação sobre o que deve ser valorizado em dias e noites.
Hoje sou a mesma, porém não vejo a vida da mesma forma. Hoje durmo e acordo muito mais “eu” porque aprendi a redescobri o que sou, quem sou e para que sou.
Cada ser humano tem uma oportunidade única de fazer tais descobertas, alguns de forma mais trágica, outros de maneira mais branda e suave. Desejaria suavidade a todos, mas como não cabe a mim o traçar dessa tênue linha da vida, contento-me em desejar que apenas descubram seu valor para, então, fazer valer a pena. Que saiam todos do estado à deriva que às vezes nos posicionamos! Tento tentado fazer isso desde então...

11 janeiro 2012

A maldição do médico!



Conta a lenda que, quando Deus liberou o conhecimento sobre como cuidar dos enfermos, determinou que aquele "saber" ficaria restrito a um grupo muito selecionado de pessoas.
Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam "semi-deuses", alguém traiu as determinações divinas... Aí aconteceu o pior!!!!!!........
Deus, bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º - Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º - Não verás teu filho crescer.

3º - Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º - Terás depressão, se tiveres sorte. Se for como os demais terás esquizofrenia.

5º - A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o china in box.

6º - Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º - Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho;

8º - Dormir será considerado luxo, logo, não dormirás.

9º - Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º - As pessoas serão divididas em 2 tipos: As que te entendem ( profissionais da área de sáude) e as que não te entendem ( Pessoas normais )

11º - A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te farás mais efeito.

12º - Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.

13º - Terás sonhos, com escalas, trocas de plantões, fim de turno, pacientes, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.

14º - Exibirás olheiras como troféu de guerra.

15º - E, o pior........ inexplicavelmente gostarás de tudo isso...

É bem por aí mesmo... O que seriam minhas noites sem Yaki Clássico no Box Júnior, sem lâmpadas acesas ou computador ligado, sem café, livros ou pacientes???! Viva o China! Viva a Medicina! Rs.