18 dezembro 2011

De volta à vida!



Uma vida em poucas horas. Foi assim nesta volta para casa. Regressei ao lar com lembranças das quais sentia muita falta. Barulho de rodas de carro saindo e chegando da garagem, denunciando chegada e partida de uma pessoa querida, cheiro de café passado na hora (café que não ingiro em dias isentos de provas e que mesmo assim faz parte do que os meus são), sabor de bolo de abacaxi e frutas frescas pela manhã e, principalmente, sensação de aconchego entre braços menores que os meus e muito mais importantes, braços de criança.
Contei cada minuto transcorrido e todos os sessenta segundos que tiquetaquearam incansáveis nos minutos que compuseram as horas de viagem tornaram-se povoados de histórias clássicas.
Lembrei-me até do dia em que decidi ser Médica, aos 4 anos de idade. Eu, uma boneca, algumas doenças inventadas, mal interpretadas e decisivas na escolha de quem já na primeira infância sabia o que faria na vida, embora sem conhecimento do tempo e espaço em que aconteceria.
E as horas passavam... E as lembranças vinham... E a saudade apertava à medida que aumentava a proximidade e reduzia consequentemente a distância que tanto abalou mente e emoções no período letivo findado.
Nem o peso das malas foi perceptível visto que os quilos transportados de amor contido eram tamanhos!
Após tempo, espera e viagens no tempo, pude chegar e perceber que a escolha, embora saudosa, é realmente esta. Todos aguardavam com seu melhor abraço, com o maior sorriso, fazendo-me perceber o quanto eu deveria apostar na força necessária para me manter estudando em uma terra distante, não minha, sozinha.
Não contive as lágrimas; contudo, desta vez, era líquido doce, de contentamento, de reencontro. Deixei percorrer meu rosto o doce amor que sinto por cada um e pela escolha que me encontrou um dia e não me permitiu desistir do que hoje continua sonho, visto que a minha realidade se passa em casa, entre muros baianos.
Peço encarecidamente desculpas pelo desabafo de sentimentos. Após um post vazio de férias no qual não pude escrever por estar dedicando todo o tempo do mundo a amar e amar, sentia que devia uma satisfação aos leitores que mesmo à distância e sem posts acompanham as minhas letras e àqueles que escrevem e acabam propositalmente ou não por incentivar a bela e difícil jornada pré-médica nos momentos em que mais necessito de aconchego.
Aos que, além dos livros me fazem companhia em instantes de solidão, obrigada!
De volta à vida, farei-me mais presente nos dias que seguem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário